Doenças meningocócicas: o que você precisa saber sobre

Você já ouviu falar sobre as doenças meningocócicas? Apesar de serem pouco conhecidas, saber sobre elas é algo essencial.

Pouco se fala sobre elas, mas as doenças meningocócicas (DM) são algumas das mais perigosas. Estamos falando de doenças causadas pela bactéria Neisseria meningitidis (meningococo), que gera diversas sequelas e pode ser ainda mais grave caso atinja a corrente sanguínea, provocando meningococemia — infecção generalizada.

Infelizmente, anualmente, entre 1.500 e 3.000 brasileiros são acometidos pela doença. Todas as pessoas não vacinadas são vulneráveis as doenças, mas os casos mais vistos no Brasil são em crianças até 5 anos.

É hora de falar sobre as doenças meningocócicas, ir mais a fundo e levantar a nossa bandeira para estas poderem ser evitadas! Continue lendo as próximas linhas e saiba tudo sobre esse assunto.

O que é uma doença meningocócica?

Como citamos anteriormente, esta doença é causada pela bactéria Neisseria meningitidis (meningococo). Esta bactéria inflama as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. 

Existem cinco tipos de meningococos (sorogrupos) causam a maioria das doenças meningocócicas.

Estes são: A, B, C, W e Y. A importância de cada um pode mudar considerando cada país ou região, assim como o passar do tempo. O sorotipo C é o mais comum no BrasilO sorogrupo B agora é mais comum em crianças. Entretanto, também podemos ver casos do sorogrupo W e Y. O tipo A não está mais presente no Brasil.

Mas, com a inclusão da vacina no calendário vacinal, o número de casos de todos os tipos de meningite diminuiu quase três vezes no país e o do tipo C diminuiu quase quatro vezes.

Quais os sintomas mais comuns?

Um dos maiores perigos no diagnóstico da meningite meningocócica é que seus sintomas e sinais iniciais podem ser confundidos com uma gripe forte ou dengue. Com isso, a doença acaba se avançando até o momento do diagnóstico.

Uma pessoa infectada geralmente tem os seguintes sinais e sintomas:

  • Febre;
  • Rigidez dos músculos do pescoço
  • Dor de cabeça;
  • Indisposição;
  • Náusea e vômito;
  • Confusão;
  • Fotossensibilidade;
  • Dor intensa nos músculos, articulações, tórax ou abdômen;
  • Manchas vermelhas na pele que lembrar mordidas de insetos;
  • Respiração rápida;
  • Arrepios.

A doença muitas vezes atinge um estágio fatal e grave entre 24 e 48 horas. Portanto, é importante ir ao hospital assim que notar quaisquer sintomas ou sinais.

Como acontece a transmissão das doenças meningocócicas?

A transmissão do meningococo acontece por meio de secreções respiratórias e da saliva. Ou seja, durante contato próximo e demorado com o portador da doença.

O ponto positivo é que essa bactéria não é tão contagiosa como o vírus da gripe, por exemplo. Por isso, não se tem risco de transmissão por contato casual e breve, ou por respirar o ar do mesmo ambiente da pessoa com a doença. 

Entretanto, temos de ter atenção, pois os ambientes com grande aglomeração de pessoas oferecem maior risco de transmissão. Inclusive, estes contribuem para desencadear surtos.

Além disso, vale destacar que certas condições aumentam o risco para a doença meningocócica. Algumas delas, são:

  • Ausência de baço (ou mal funcionamento desse órgão)
  • Determinadas deficiências da imunidade, inclusive causadas por tratamentos imunossupressores;
  • Visita a alguns países, principalmente da África.

A importância da vacinação contra as doenças meningocócicas

A principal forma de prevenção da infeção meningocócica é a vacinação. As vacinas são seguras e eficazes, podendo ser encontradas facilmente em rede pública e privada.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e Pediatria (SBP) recomendam, sempre que possível, o uso da vacina meningocócica conjugada ACWY. O esquema de tratamento deve ser iniciado rotineiramente aos 3 meses de idade, com duas dosagens (intervalo de dois meses) e dose de reforço entre 12 e 15 meses; aos 5 anos e 11 anos. 

Houve atrasos no início do esquema? Então, o número de doses e o intervalo entre elas pode variar. Mas isso dependerá da vacina utilizada.

Além disso, é importante a aplicação da vacina meningocócica B. A mesma também é recomendada para crianças a partir de 3 meses e para adolescentes. O cronograma varia de acordo com a idade em que as vacinas foram iniciadas. Esta vacina pode ser aplicada no mesmo momento em que a vacina meningocócica ACWY.

Crianças e adolescentes de todas as idades que não foram previamente vacinados também podem e devem se proteger com as vacinas ACWY e B. Por conta do número de casos, não se tem a necessidade de inclusão no calendário de rotina de adultos. 

Entretanto, a administração deve ser considerada em situações de risco epidemiológico, como:

  • Surtos;
  • Viagens para áreas onde a enfermidade é endêmica.

Enfim, as doenças meningocócicas precisam de atenção, pois são extremamente sérias. Faça sua parte, vacine-se e leve seus filhos para também receberem as doses do imunizante.

Caso esteja procurando por um lugar para a aplicação, você pode entrar em contato com a nossa Unidade São José dos Campos ou alguma outra próxima de sua casa. Lembre-se, as vacinas são essenciais e também um ato de amor! Então, procure suas doses!

Patrícia Ruiz – COREN – SP 226-788 – Enfermeira Responsável Técnica. Concluiu a graduação de Enfermagem em 2009 na universidade UNIP – Sorocaba. Atua desde 2017 no Dr. Vacina.

FONTE

Doença meningocócica (DM). Família SBIm. Consultado em 13 de abril de 2022.

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